
Tecnicamente, não é difícil fazer chorar. Desde as tragédias da Antiga Grécia que um artista competente sabe que meios empregar. Se pensarmos bem, aliás, as fórmulas a que os blockbusters recorrem estavam já contidas na génese do Teatro Grego.
Recordo-me de um livro que tem merecido, julgo eu, pouca consideração por parte dos intelectuais exigentes. Meu Pé de Laranja Lima, de José Mauro de Vasconcelos, foi lido por mim quando tinha treze ou catorze anos; e sei que chorei ao longo de toda a leitura, desde as primeiras páginas, em que se entra no quotidiano de um garoto pobre, com uma incontrolável imaginação, reprimida por uma família que não tolera a sua criativa hiperactividade, até às últimas, que fecham essa narrativa do seu amadurecimento, num mundo muito duro, procurando alimentar, sorrateiramente, os sonhos, as fantasias e os amigos que o possam ensinar a lidar com a realidade.
A leitura da infância de Zezé é, também, a compreensão do seu crescimento e da sua aprendizagem

Chorei durante a leitura deste livro. Saberia já que chorava, no fundo, por mim mesmo?
1 comentário:
os intelectuais exigentes raramente têm consideração por livros que as PESSOAS gostam eheh mas eu nem conheço muitos.
adoro esse livro tb foi uma leitura que me marcou prai aos 15 ou 16.
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