sábado, 9 de outubro de 2010

7º DIA: ACERCA DE PROUST E NÃO SÓ

E eis-nos chegados ao 7º dia de um desafio que me pareceu estranho e curioso. Se uma lista é sempre uma série de reduções (tenho consciência de que, por cada livro escolhido em cada um dos dez dias, há centenas de possíveis outros que elimino), não deixa de ser também verdade que cada escolha tem, subjacente, uma história ou uma razão (que resumo); e que, no conjunto, os dez livros formarão uma Gestalt, uma forma própria, um conjunto que me revela: é, sob o modo de uma minúscula biblioteca de livros que se complementam ou repelem, uma expressão do que eu próprio sou como leitor.

7ª pergunta: Que livro mais recomenda?

Não posso responder intemporalmente. Em diversas fases da minha vida, em diferentes momentos de descoberta e paixão, recomendei, obviamente, diferentes livros.
Porém, se quiser assentar sobre o livro que mais recomendei nos últimos meses, a resposta será:

Proust era um Neurocientista, de Jonah Lehrer.

Apesar do título, Lehrer não fala unicamente acerca de Proust. Fala de Withman (atenção, Beatrix!), de Virginia Woolf e de muitos outros criadores (na poesia, na música, na pintura, na culinária até) do ponto de vista daquilo que, na obra de cada um deles, era, artisticamente, se assim podemos dizer, uma antevisão de algum conhecimento que a "neurociência" mais tarde confirmaria.

Recomendei, emprestei, indiquei.

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