Esta história provém da literatura taoísta; Oakeshott refere-se-lhe, em nota de rodapé, num dos seus livros. É aí que, por sua vez, Andrew Sullivan a vai pescar. Longo caminho no tempo e no espaço percorreu a fala do fazedor de rodas para poder acertar-me. Cito, paradoxalmente, num blogue de amor aos livros, este discurso que os mais precipitados poderiam reduzir a uma crítica de todos os livros:
«Falando enquanto fazedor de rodas, olho para o assunto da seguinte maneira; sempre que estou a fazer uma roda, se bato devagar de mais então vai longe mas não tem firmeza; se bato demasiado depressa, então tem firmeza mas não vai profundamente. O ritmo certo, nem demasiado lento nem demasiado rápido, não pode chegar à mão a menos que venha do coração. É algo que não se pode exprimir com palavras; há nisto uma arte que nem ao meu filho consigo explicar. É por isso que me é impossível que o deixe continuar o meu trabalho, e cá estou com mais de setenta anos ainda a fazer rodas. Na minha opinião, o mesmo deve ter acontecido com os homens antigos. Tudo o que valia a pena transmitir morreu com eles; o resto puseram-no em livros.»
Andrew Sullivan, A Alma Conservadora
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