Um ligeiro problema com a poesia portuguesa de agora é que todos os poemas, de todos os jovens poetas, se parecem imenso. Mesmo os melhores poemas têm um incómodo travo a déjà-vu. E talvez aconteça algo semelhante em todas as épocas, talvez haja, nesta fisionomia familiar e comum, algo de espírito do tempo, a que se não consiga fugir.
Deste ponto de vista, Gonçalo M. Tavares - que não é, em primeiro lugar, um poeta - surge como uma total surpresa. E não deixa de ser curioso que um dos meios de que se serve para formar o seu próprio singularíssimo rosto poético, consiste em ir beber a fontes ainda mais antigas do que as fontes em que quase todos hoje bebem.
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