Do violoncelo!
Convulsionadas,
Pontes aladas
De pesadelo...
De que esvoaçam,
Brancos, os arcos...
Por baixo passam,
Se despedaçam,
No rio, os barcos.
Fundas, soluçam
Caudais de choro...
Que ruínas, (ouçam)!
Se se debruçam,
Que sorvedouro!...
Trémulos astros,
Soidões lacustres...
_ Lemes e mastros...
E os alabastros
Dos balaústres!
Urnas quebradas!
Blocos de gelo...
_ Chorai arcadas,
Despedaçadas,
Do violoncelo.
Camilo Pessanha, in Clepsidra
3 comentários:
Belo poema simbolista, cheio de sugestões sonoras... de forma que, os barcos estão navegando hoje por mares bem distintos... haja vista meu post sobre o pop... mas é algo bem inocente... e as reticências estão aqui para combinar com a sugestão simbolista...
muito bom!! estava procurando uma gravura para ilustrar um texto do veríssimo para postar em um dos meus blogues(olharotempo.blogspot.com)e vim parar aqui e fiquei para ler o poema também. por acaso você sabe de quem é a gravura? estou seguindo o leitor de profissão.
valeu, abraços
que bom, Eduardo, fico contente pelo se apreço. trata-se de O Violoncelista, de Modigliani. Um abraço e obrigado por me seguir...
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