«Sabe-se, por experiência, que a primeira condição para que uma ideia vá longe e depressa é ser enunciada singelamente e ao alcance dos simples, que a sua fórmula, aguda e rápida, entre na cabeça de cada pessoa, só com uma pancada.»
Stefan Zweig
Fala-se agora muito de Pedro Chagas Freitas. Não é difícil, ele está por todo o lado. PCF é um escritor imparável. Tem livros de variadas dimensões, alguns de uma invejável grossura, outros de nem tanta. Tropeçamos no homem nos escaparates, nas montras, nas estantes, nas prateleiras dos mais vendidos. Será esse seu talento para se multiplicar, o que enerva tanto? Reparo que alguns dos autores - como o José Rodrigues dos Santos ou a Margarida Rebelo Pinto [olha, todos com 3 nomes?] - que mais comichão provocam nos intelectuais, são escritores que vendem aos milhares, e vários nexos causais poderiam tentar-se para explicar essa recusa da sua omnipresença: inveja por parte dos snobes? Ressentimento dos autores candidatos a Nobel, que, entretanto, têm vendas residuais? Ou um povo abruti, inculto, que incensa a mediocridade - um certo tipo de mediocridade?
Para além de prolixo, Pedro Chagas Freitas tem títulos que me parecem interessantes. Casa Comigo Todos os Dias, que diabo!, é bom. Prometo Falhar é excelente. Já o novel Prometo Perder cheira a mais do mesmo, à fixação numa fórmula, à incapacidade de se renovar.
